Quem frequenta um terreiro de candomblé ou umbanda sabe: a luta por respeito, direitos e espaço é diária e quase sempre solitária.
Mesmo com milhões de adeptos espalhados pelo Brasil, as religiões afro-brasileiras seguem invisíveis nas decisões políticas e nas pautas do Congresso, das câmaras municipais e até dos conselhos de direitos humanos.
O resultado?
Demandas históricas da comunidade continuam ignoradas, e a intolerância religiosa cresce sem freio.
Por que tanta ausência política?
A falta de representatividade das religiões afro-brasileiras é reflexo de um Brasil que, desde a República, mantém a exclusão dos negros e de suas tradições dos espaços de poder.
O avanço de bancadas religiosas conservadoras principalmente neopentecostais nos cargos eletivos, a partir de 2016, só piorou o cenário: projetos de interesse dos povos de terreiro raramente chegam a virar lei, pois falta vontade política e articulação suficiente para garantir maioria nas votações.
Na prática, o povo de santo depende do apoio de parlamentares de esquerda ou ligados aos direitos humanos, mas isso está longe de ser suficiente para transformar demandas em políticas públicas. 1
O que dizem os terreiros?
“Falta quem fale por nós lá em cima.
Quando tem ataque a terreiro, ninguém do governo aparece. Só vemos político em época de eleição, pedindo bênção e voto”, reclama Pai João, babalorixá de Salvador.
Mãe Rita, ialorixá do Rio, reforça: “Nosso povo é grande, mas não tem voz. Falta união para pressionar e ocupar espaço. Sem isso, nossas pautas ficam esquecidas”.
Quais são as principais demandas?
Entre as reivindicações dos terreiros estão:
Reconhecimento dos templos como igrejas, com direito à isenção de IPTU e aposentadoria para sacerdotes em poucas cidades isso acontece.
Políticas públicas de combate à intolerância religiosa, que só em 2019 registrou mais de 400 ataques a terreiros, segundo o Disque 100. 3
Garantia de liberdade religiosa e respeito às manifestações culturais de matriz africana. 2 3
Participação efetiva na elaboração de leis e políticas de promoção da igualdade racial. 4
Falta de organização e preconceito dificultam avanço
Além da resistência política, a ausência de uma organização ampla e nacional dos povos de terreiro dificulta a pressão sobre o Estado. 4
Cada casa tem autonomia, e a diversidade interna é enorme, o que atrapalha a construção de uma agenda comum.
O preconceito racial, transferido do negro para a cultura negra, também pesa: o racismo religioso é diário, e a violência física e simbólica segue impune. 4 3
Quando a mobilização acontece, o resultado aparece
Apesar das dificuldades, há exemplos de conquistas locais, como a Marcha Estadual pela Vida e Liberdade Religiosa no Rio Grande do Sul, que reuniu milhares e forçou governos a reconhecer a força política dos terreiros. 3
A criação de redes e articulações próprias também começa a dar visibilidade às demandas, mas ainda falta presença institucional e voz nas grandes decisões nacionais. 2 3
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***FIM***
Ordem e Progresso
Liberdade Ainda que Tardia
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