O Prefeito Zé das Couves e o Vice Boca-de-Sino
Era uma vez, lá pras bandas do interior, uma cidadezinha chamada Pedra Miúda, onde o tempo parecia andar de chinelo e as notícias corriam mais rápido que fofoca em dia de feira. Ali, todo mundo se conhecia do doutor ao pedreiro, da dona de casa ao menino que vendia picolé na praça.
O Começo da Prosa
Nessa cidade, foi eleito o prefeito Zé das Couves, homem de fala mansa, sorriso largo e chapéu surrado. Zé era daqueles que enxergava beleza até em muro descascado e dizia que problema era igual mato: se não cuidar, toma conta.
Junto dele, foi eleito o vice, Boca-de-Sino, sujeito falador, famoso por reclamar de tudo: do buraco na rua ao pão amanhecido na padaria. Boca-de-Sino era o eco das queixas do povo, mas ninguém sabia se ele queria solução ou só um palco pra sua ladainha.
O Povo e seus tipos
Na Pedra Miúda tinha de tudo: o comerciante que sonhava alto, a costureira que remendava sonhos e vestidos, o fazendeiro de fala grossa e o estudante que queria mudar o mundo. Cada um com seu jeito, suas virtudes e seus defeitos uns reclamavam, outros só observavam, mas todos queriam ver a cidade melhor.
O Vice Reclamão
No começo, Boca-de-Sino seguia seu roteiro:
“Cadê a luz do poste da esquina?”,
“Por que a praça tá suja?”,
“Quando vão arrumar o posto de saúde?”.
O povo ria, mas também se identificava, porque reclamar era quase esporte municipal.
Só que Zé das Couves, com sua calma de rio em tarde de sol, resolveu puxar Boca-de-Sino pra perto e disse:
— Boca, reclamar é fácil.
Difícil é arregaçar as mangas e mostrar como faz. Bora tentar diferente?
A Virada
Foi aí que a dupla começou a mudar o tom da conversa.
Boca-de-Sino continuava apontando os problemas, mas agora, junto com Zé das Couves, buscava solução.
Quando reclamava do buraco, aparecia no dia seguinte com pá e cimento, chamando o povo pra ajudar. Se a praça estava suja, organizava mutirão com as crianças e os velhos, cada um com sua vassoura.
O comerciante do mercado doou tinta, a costureira fez bandeirinhas, o fazendeiro emprestou o trator.
E Pedra Miúda, de tanto ver reclamação virar ação, começou a acreditar que mudança não nasce só do grito, mas da mão que faz.
Moral da História
No fim, Zé das Couves e Boca-de-Sino mostraram que liderança boa não é a que só aponta o dedo, mas a que convida todo mundo pra construir junto.
E Pedra Miúda aprendeu que reclamar é preciso, mas agir é indispensável porque cidade boa se faz de sonho, suor e gente que não tem medo de sujar as mãos.
“Quem só reclama vê o mundo cinza.
Quem age pinta a cidade com todas as cores.”
E assim, entre reclamações e soluções, Pedra Miúda virou exemplo: lugar onde todo mundo é prefeito, vice e cidadão ao mesmo tempo, cada um cuidando do seu pedaço de chão.
Esta e uma história fictícia seus locais e personagens não existem, em caso de semelhança foi por mero acaso.
***FIM***
Ordem e Progresso
Liberdade Ainda que Tardia
#ordemeprogresso #liberdadeaindaquetardia
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