Há 45 anos, a juventude brasileira vivia em um contexto político, social e econômico muito distinto do atual. Neste texto, vamos analisar as diferenças e semelhanças entre a juventude de hoje e a daquela época, focando em três aspectos centrais: política, trabalho e sociedade.
Para isso, utilizamos dados oficiais, estudos recentes e manifestações de jovens a favor e contra as mudanças percebidas.
Política
Quase meio século atrás, o Brasil vivia sob uma ditadura militar (1964-1985), com forte repressão política e censura.
A juventude daquela época enfrentava limitações severas para participar livremente da política institucional, mas mostrava mobilização em movimentos estudantis e culturais de resistência, como as manifestações contra o regime e a luta pela redemocratização.
Hoje, embora a juventude brasileira seja frequentemente criticada por aparente desinteresse pela política tradicional, pesquisas indicam que ela busca outras formas de participação, mais informais, locais e orgânicas, como ativismo nas redes sociais e movimentos sociais.
Há uma visão mais crítica, realista e até pessimista sobre o sistema político, mas ainda assim há engajamento em pautas como meio ambiente, direitos humanos e justiça social.
Segundo estudo do British Council, 54% dos jovens consideram a política muito importante, mas preferem novas formas de engajamento, fora dos partidos tradicionais.
Trabalho
Há 45 anos, muitos jovens, principalmente das classes populares, entravam cedo no mercado de trabalho, muitas vezes sem concluir a educação básica mínima.
O trabalho era o principal elemento de inserção social e econômica, mesmo que marcado por precariedade e poucas garantias legais.
Na atualidade, o Brasil tem o maior contingente jovem da história em termos absolutos (cerca de 50 milhões entre 15 e 29 anos em 2020), mas também enfrenta recordes históricos de desemprego juvenil, chegando a 41,88% para jovens entre 14 e 17 anos e 26,8% para os de 18 a 24 anos em 2021.
Além disso, o desafio de manter os jovens na escola é enorme: 28,6% dos jovens de 15 a 17 anos estão atrasados na escolaridade em relação aos seus pares. Muitas vezes, devido à crise econômica e à pandemia, jovens voltaram a buscar a escola por falta de oportunidades no trabalho, o que demonstra a complexidade da relação entre escola e trabalho hoje.
Sociedade
A juventude de 45 anos atrás estava inserida em uma sociedade mais autoritária e estratificada, com violência policial forte e poucas políticas públicas voltadas para seus direitos.
Ainda assim, havia um forte espírito coletivo e uma busca intensa por mudanças.
A juventude contemporânea vive em uma sociedade mais democrática, mas marcada por desigualdades profundas, insegurança, violência e polarização política. Além disso, os jovens de hoje têm maior acesso à informação e possibilidades múltiplas de expressão cultural e social. Contudo, muitos jovens se sentem estigmatizados e enfrentam desafios relacionados à violência, pobreza e exclusão.
A participação juvenil nas políticas públicas avançou significativamente nas últimas décadas, com a criação da Secretaria Nacional de Juventude (2005), o Estatuto da Juventude (2013) e a formulação de programas específicos. No entanto, crises políticas e econômicas recentes têm dificultado a continuidade desses avanços.
Depoimentos Populares
A favor das mudanças, muitos jovens valorizam as novas formas de participação política que fogem à política tradicional, como engajamento em redes sociais, causas ambientais e direitos civis.
Outros destacam a importância do acesso ampliado à educação e à informação como vantagens para se posicionar e atuar socialmente.
Por outro lado, críticos ressaltam que a juventude atual sofre com desemprego crônico, precariedade no trabalho e falta de políticas públicas efetivas.
Consideram que a politização da geração anterior era mais intensa e que os jovens de hoje estão mais dispersos e desiludidos.
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Fontes principais:
IBGE dados sobre juventude e desemprego (2021)
Estudos acadêmicos sobre juventude, política e trabalho no Brasil (PUCRS, FGV, SciELO)
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